segunda-feira, 12 de março de 2012

Inadimplência do comércio sobe pelo 13º mês seguido em fevereiro


A taxa de inadimplência do comércio varejista subiu 0,97% em fevereiro deste ano, contra o mesmo mês do ano passado, segundo informou nesta sexta-feira (9) a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Trata-se do 13º o mês consecutivo de alta. No primeiro bimestre, o crescimento da inadimplência foi de 1,84%.
A avaliação da CNDL é de que a persistência do endividamento mais alto neste início de ano se deve às consequências de dois movimento distintos: da alta da taxa de juros no começo do ano passado, com retiradas de incentivos fiscais ao consumo; e da reversão deste quadro no segundo semestre de 2011 em função da "ameaça de contágio externo" por conta da crise fiscal de países da Zona do Euro.
A expectativa da CNDL para este ano também não é positiva. A previsão é de uma alta de até 2,5% na taxa de inadimplência em 2012. Se confirmada, será a segunda elevação seguida, visto que, em 2011, o crescimento foi de 5,34% - que foi registrado justamente após dois anos de recuo.
Consultas
A CNDL e o SPC Brasil disseram ainda que o número de consultas para compras a prazo e para pagamentos com cheques (indicador relacionado com o volume de vendas) subiu 2,45% em fevereiro de 2012, na comparação com o igual período do ano anterior. Este é o décimo primeiro mês de alta seguida do indicador. No primeiro bimestre, o crescimento no número de consultas subiu 3,55%.
O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, informou, porém, que esperava um o crescimento maior das consultas (que se relacionam com as vendas) em fevereiro, da ordem de 3,5%. "Esse resultado baixo nas consultas é fruto da fraca atividade econômica que estamos observando no país. A grande pergunta é sobre esse dinheiro do salário minimo [que não foi para o consumo em fevereiro].  Se em março as vendas recuperarem, temos uma chance boa de manter a atividade do mercado interno boa", disse ele.
Pellizzaro avaliou também que o governo deveria estimular mais a economia brasileira, por meio de cortes de impostos para toda a cadeia produtiva, e não reduções setorizadas de tributos, como vem fazendo até o momento. "A crise internacional já está no país (...) O governo deveria desonerar toda cadeia da indústria. Esses números da indústria [de transformação, com crescimento zero em 2011] preocupam", declarou.
Cancelamentos de registros
Os dados da CNDL/SPC Brasil mostram ainda que houve uma alta de 0,27% no cancelamento dos registros (de inadimplência) em fevereiro, contra o mesmo mês de 2011. No acumulado do primeiro bimestre deste ano, porém, o indicador registrou queda de 1,68%.
Metodologia
A CNDL lembra que sua base de dados incorpora os grandes e pequenos varejistas, mas não inclui as operações com cartões de crédito. As transações com cartões de crédito absorvem cerca de 20% do volume total de operações, segundo estimativas da entidade. Os dados da CNDL envolvem, porém, a consulta em mais de 150 milhões cadastros de pessoa física (CPF) de consumidores em 800 mil pontos de vendas credenciados.

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